sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Alemanha e a crise

A Chanceler alemã Angela Merkel tem sido muito criticada bem como o seu País, pelas posições assumidas relativamente à crise financeira e orçamental dos estados soberanos da zona euro. A Alemanha fez a difícil integração da ex-RDA, sofreu o impacto da crise internacional e neste momento tem um crescimento económico no mínimo de 3,5% e o mais baixo nível de desemprego das últimas duas décadas. Tem um elevado rendimento per capita e não obstante os custos salariais, consegue competir nos mercados externos e ser superavitária no comércio internacional. Continua a ser financiadora dos países da zona euro que insistem em ter um padrão de vida acima do que produzem. Admiram-se que digam "Basta"? Admiram-se que imponha as regras do "clube do euro"? Eu só me admiro que tenham demorado tanto tempo!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fiquei logo de pé atrás...

Há algum tempo atrás, a actual Ministra da Educação Isabel Alçada, na altura na qualidade de coordenadora nacional do Plano Ler+, visitou a Câmara Municipal de Ovar. Fez uma excelente intervenção no Salão Nobre e lembro-me de ela que é licenciada em filosofia, ter referido com enorme ênfase que nunca havia só um caminho ou uma maneira de fazer as coisas e que ficava logo de pé atrás, quando alguém tinha intervenções do tipo "esta é a única maneira de fazer isto...".
Ironicamente, há dias, na mensagem de Natal, José Sócrates, Primeiro Ministro do Governo que Isabel Alçada integra, dizia ao País: "Este é o único caminho que protege o País. Este é o unico caminho que protege o Estado Social."
Eu, porque concordo com a observação filosófica de Isabel Alçada, fiquei logo de pé atrás...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal Chique

Percorro o dia, que esmorece
Nas ruas cheias de rumor;
Minha alma vã desaparece
Na muita pressa e pouco amor.

Hoje é Natal. Comprei um anjo,
Dos que anunciam no jornal;
Mas houve um etéreo desarranjo
E o efeito em casa saiu mal.

Valeu-me um príncipe esfarrapado
A quem dão coroas no meio disto,
Um moço doente, desanimado…
Só esse pobre me pareceu Cristo.

Vitorino Nemésio

O meu irmão mais novo

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Para reflectir

"Daqui a 5 anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que é hoje, excepto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar." Charles Jones

As pressões sobre a Zona Euro intensificam-se

"Em entrevista ao jornal alemão Die Welt, o responsável pela Pimco, maior gestora de fundos do mundo, na Alemanha, Andrew Bosomworth, afirmou que é inevitável que a Itália, Espanha e Bélgica peçam ajuda internacional para que possam recuperar. Na mesma entrevista, Bosomworth afirmou que a crise do euro está longe do fim e defendeu a saída de Portugal, Grécia e Irlanda da Zona Euro, considerando que estes países contribuem para a instabilidade da Zona Euro." in Millennium investment banking. O realce a negrito é da minha responsabilidade.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Marques Mendes - Onde se pode cortar

Nuvens negras sobre a Europa

Depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, a atenção dos financiadores volta-se agora para a Itália e a França. O receio do alastramento da crise nos mercados da dívida soberana na União Europeia, está a colocar sob pressão o euro e o poder político. Não é só o Euro que pode estar em causa é a própria União Europeia e o sistema democrático como o conhecemos. As duras posições de Angela Merkel são o reflexo da consciência desse risco e revelam uma lucidez visionária ainda não compreendida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Espanha - o freguês que se segue!

MADRID -- Moody's Investors Service Inc. said Wednesday it may downgrade its ratings on Spanish government debt, citing the country's challenging refinancing needs next year and a complicated outlook for the country's banks and regional governments.
The credit rating agency put the Aa1 local and foreign-currency ratings on the debt of the Spanish government and the government-guaranteed bank-bailout fund on review for possible downgrade, highlighting concerns over the spread of the European sovereign debt crisis from peripheral countries such as Greece to bigger markets closer to the euro-zone core.
Moody's said a downgrade could be triggered by "Spain's vulnerability to funding stress given its high refinancing needs in 2011," a problem that has recently been amplified by fragile market confidence.
"Obviously, market confidence has changed since September," when Moody's downgraded Spain's credit rating by one notch to Aa1, citing the country's weak growth prospects and challenges for fiscal consolidation, Kathrin Muehlbronner, Moody's lead analyst for Spain, said in an interview.
Moody's said in a statement that the Spanish government will need to raise approximately EUR170 billion next year. In addition, regional governments have refinancing needs of around EUR30 billion in 2011. "Moreover, the Spanish banks, whose own funding capacity partly depends on the fortunes of the Spanish sovereign, have around EUR90 billion worth of term debt to refinance in 2011," Moody's added.
Spanish financing costs have hit euro-era highs recently as jittery investors fretted over the ability of the government and banks to meet an avalanche of debt repayments early next year. Spain's risk premium--as measured by the spread of the Spanish 10-year bond's yield over that of its German equivalent, the bund--have jumped since the collapse of Ireland's banking system.
Moody's was the last major credit rating firm to rate Spain the "Aaa" maximum until September. It may downgrade Spain again within the next three months.
However, Moody's said it doesn't "believe that Spain's solvency is under threat," and that it doesn't expect the Spanish government to have to ask for liquidity support from the European Financial Stability Facility. The ratings agency noted that Spain's substantial funding requirements, "not only for the sovereign but also for the regional governments and the banks, make the country susceptible to further episodes of funding stress. This is one of the drivers behind the review for possible downgrade," Muehlbronner said in Moody's statement.
Spain is suffering from the collapse of a decade-long housing-market boom that pushed its economy into recession and sent its public-sector accounts deep into the red. Its weak budgetary position left it vulnerable to the spread of Europe's financial crisis.
Responding to intense pressure from markets and the EU, Prime Minister Jose Luis Rodriguez Zapatero has stepped up efforts to cut its double-digit budget deficit and spur economic growth. At great political cost, the Socialist prime minister forced through an austerity budget that included tax hikes and deep spending cuts this year and next. Earlier this month, Zapatero announced a series of economic measures to raise some EUR14 billion through the partial privatization of the national lottery and airport operator AENA, as well as the management of Madrid's and Barcelona's airports by private companies.
-By William Mallard, Kosaku Narioka and Santiago Perez, Dow Jones Newswires

O contibuinte é que pagará para despedir?

LISBON (Dow Jones)--Portugal's government is proposing a new series of structural reforms aimed at supporting companies and creating more flexibility in the labor markets, several local newspapers reported Wednesday.
The government hopes to present, following a cabinet meeting, a series of measures that would provide a new mechanism to ease the cost of dismissing workers with respect to unemployment benefits, the Diario de Noticias and Diario Economico said.
The government is also looking at other measures related to the cost, licensing, and bureaucratic process that companies face, the newspaper added.
Prime Minister Jose Socrates told the New York Times it would announce new measures "to support growth and competitiveness."

-By Alex MacDonald, Dow Jones Newswires