segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Taxa de Desemprego em Ovar ultrapassa os 12%

Fiquei perplexo quando li na edição do Praça Pública de 14 do corrente, em destaque na primeira página o título “Desemprego em Ovar cai para taxa de 6,2%”. Trata-se de uma informação incorrecta que induz os leitores em grave erro. Com efeito, a taxa de desemprego mede a proporção de desempregados na população economicamente activa e não na população total. Em termos simplistas, são excluídos da população economicamente activa, os reformados, as crianças e jovens estudantes. É esta a taxa que é utilizada nas comparações nacionais e internacionais. Em Ovar, há vários anos que o desemprego tem vindo a assumir uma dimensão preocupante. Em 1991, a taxa era de apenas 5,8% e uma década depois em 2001, situava-se nos 6,4%. Em 2004 e 2005 a situação agravou-se significativamente e aquela taxa passou para os 7,3% e 8,2%, respectivamente. Infelizmente o desemprego continuou a agravar-se e no final de 2008 atingia já os 10,4% e em termos absolutos 2.956 desempregados. Mas o pior estava ainda para vir e na maioria dos meses de 2009 e 2010 a taxa de desemprego em Ovar oscilou entre os 13% e 14%. Em Julho de 2011 os 3.466 desempregados do concelho, significavam uma taxa de desemprego em Ovar ligeiramente superior a 12%. Dos dados publicados pelo IEFP poderão retirar-se três conclusões de relevo: a taxa continua muito elevada e superior à média nacional, a variação relativamente ao período homólogo (em Julho de 2010 o número de desempregados era de 3.829) é mais positiva que a média nacional (reduziu 9,5% contra os 4,4% a nível nacional) mas a tendência de descida foi interrompida e desde Maio que o desemprego se voltou a agravar (3.400 desempregados em Maio, 3.413 em Junho e 3.466 em Julho). Há ainda que ter em conta a sazonalidade do trabalho temporário de Verão e a grave recessão em que previsivelmente o País mergulhará no quarto trimestre de 2011, o que poderá significar novo agravamento da taxa de desemprego a curto prazo.

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