sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Uma vez mais, olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço?


Nos últimos dias têm sido insistentes as notícias que dão conta de um tratamento fiscal privilegiado para o Banco de Portugal. Abaixo segue a notícia de hoje no Jornal de Negócios. O Banco de Portugal tem autonomia financeira e legalmente pode fazê-lo. O problema é exactamente esse: continuarem as quintinhas e a fazer-se a discriminação dos portugueses na distribuição dos sacrifícios, mas claro, sempre tudo muito legal. Como Eça de Queirós tinha razão há mais de um século! Que legitimidade ética terá o Governador do Banco de Portugal para continuar a apelar aos sacrifícios dos portugueses?
In Jornal de Negócios de hoje:
"Funcionários do Banco de Portugal já receberam subsídio de férias
A notícia está a ser avançada pela Rádio Renascença, que apurou que o pagamento foi feito no início deste mês, sem quaisquer cortes, tal como a instituição definiu.

De acordo com a mesma fonte, o banco central, por norma, paga sempre este subsídio em Janeiro. O que fez de novo este ano, apesar das pressões para aplicar os mesmos cortes do que na Função Pública.

Entre partidos políticos e antigos responsáveis da instituição crescem os apelos para que o Banco de Portugal recue na decisão de manter os subsídios de férias e de Natal aos seus funcionários e reformados.

O antigo governador do Banco de Portugal, Miguel Beleza, considera que a instituição deveria cortar o 13º e 14º mês de salários, à semelhança do que acontece com funcionários públicos e pensionistas.

No início da semana, o Negócios avançou que a instituição governada por Carlos Costa não iria eliminar os subsídios de férias e de Natal aos seus funcionários, devido à autonomia de que desfruta nessa temática. Iria, no entanto, apresentar formas de cortar despesas com pessoal.

Ontem, o PS pediu para que, à semelhança da Assembleia da República – que também tem autonomia nesta matéria mas que decidiu cortar os 13º e 14º mês –, o Banco de Portugal suspendesse os referido subsídios, dizendo que se estava perante uma questão “ética e moral”.

O PSD repetiu o apelo e o CDS decidiu enviar mesmo um requerimento ao governador da instituição."

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