Na maioria das crises, os seus sintomas são perceptíveis muito antes destas deflagrarem. É comum, políticos e gestores, "empurrarem os problemas com a barriga", seguindo o bem conhecido princípio "de quem vier atrás que feche a porta". Alguns inconformados, continuam a apregoar aos 4 ventos a realidade, que os demais se recusam a ver, ou a admitir. Raramente alguém os toma a sério. Pelo contrário, são conotados como extremistas perigosos, velhos do Restelo, ou simplesmente dementes a precisar de internamento psiquiátrico compulsivo. Depois, de forma abrupta, emerge o monstro da crise, quase sempre associada a um grave problema de desconfiança, falta de credibilidade ou incumprimento. E claro, as crises também têm diferentes dimensões e nós já estamos habituados, porque nos encontramos quase ininterruptamente em crise, há várias décadas. Mas esta coincidiu com uma grave crise internacional. Desta vez, é mesmo das graves, mas a generalidade das pessoas ainda não tomou consciência disso. A avaliar pelo que está previsto no Orçamento de Estado de 2010, também ainda não será este ano, a menos que algo corra muito mal. Para agora, são só aspirinas para as dores de cabeça. Mas em 2011 e seguintes, será inevitável. Vamos a ver o que nos reserva o PEC - Programa de Estabilidade e Crescimento a apresentar a Bruxelas. O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou ontem em entrevista dada à "BBC News", que "Portugal não vai sair da zona euro" e que “Estamos muito longe desse cenário. Não penso que a situação resulte num tal desfecho”. Para bom entendedor meia palavra basta.
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