Texto publicado no caderno de economia do Expresso de 20 de novembro de 2010 por Daniel Bessa; Sem papas na língua, como habitualmente. O realce a negrito é da minha responsabilidade.
"Portugal tem vários problemas. Falo de Economia. O mais importante de todos eles é o da riqueza que teremos de criar, para poder ser distribuída. Só ela poderá dar-nos emprego, rendimento, nível e qualidade de vida.
O nosso quotidiano tornou-se desesperante. Só se fala de défice das contas públicas, de taxas de juro passivas que sobem, de financiamento que receamos não obter. Sucesso, e motivo de satisfação, hoje, em Portugal, é podermos endividar-nos um pouco mais junto do BCE, do Banco Central da China ou do Fundo Petrolífero de Timor-Leste.
Eu sei que, sem estes expedientes, amanhã, o Estado Português não cumpriria algumas das suas obrigações, fazendo sofrer muita gente. E, no entanto, mesmo assim, interrogo-me se será a melhor solução: porque, de cada vez que alguma destas entidades nos financia, é como se pudéssemos continuar a negar o problema da insustentabilidade das nossas contas públicas, como se tudo pudesse continuar como está - e não pode.
Um dia, Ernâni Lopes, que disto sabe muito, disse que o que tem de ser resolvido deve resolver-se, quanto mais depressa melhor, na medida em que se torne necessário. É a única forma de podermos começar de novo, de sairmos deste "pântano", de começarmos a falar do que é importante, de recuperarmos a esperança. Senhores, por favor..."
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