Por Fernando Sobral in Jornal de Negócios.
"Como nas tragédias gregas José Sócrates está destinado a um sofrimento progressivo imposto pelo Destino que não controla. Sócrates julgou-se o senhor do mundo. Mas o seu mundo, pequenino, é Portugal.
O problema é que se ele não domina o futuro do euro, da mesma forma como não vislumbrou a crise internacional, também não resolverá o drama nacional. Remodelar ou não remodelar já não é a questão. Porque o Governo de Sócrates já não atrai valores seguros que possam fazer a diferença.
Se Teixeira dos Santos é hoje incapaz de ser a imagem de um Portugal com um rumo definido, o seu substituto sairá da brigada do reumático de Sócrates. Fruto da sua autofagia, Sócrates só pode substituir ministros inexistentes por outros ainda mais insignificantes. Quem poderá substituir um ministro fantasma, como António Mendonça, que mais não é que a versão xerox do discurso de Paulo Campos? O próprio Paulo Campos? Quem poderá ocupar o lugar da inexplicável ministra Ana Jorge? O único Governo que Sócrates poderá criar será um de Gremlins de Augusto Santos Silva e Vieira da Silva. Que poderiam ser multiplicados para ocuparem todas as pastas. O problema é que Sócrates deixou de controlar o seu destino. Até porque ele ainda vive num mundo que já não existe. Os sinais estão à vista. Portugal será apenas a próxima peça de dominó a ser posta à prova. Bruxelas pode vir a tornar-se, novamente, uma cidade fantasma e o euro uma relíquia. Remodelar não vai mudar nada. Portugal não precisa de um Governo com remendos. Precisa de um Governo novo e com uma estratégia de futuro definida."
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