sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O capitalismo pode cair aos pés da crise ambiental

Trancrevo uma notícia do BPI online de hoje. Não foi por acaso que a promoção da defesa ambiental era um dos vectores centrais da "Visão" que constava do programa eleitoral que recentemente apresentei. Eu sou economista, mas não acredito que o crescimento exponencial possa continuar.

“Estamos na mais profunda das crise de toda a humanidade: a crise ambiental”, defendeu hoje Viriato Soromenho Marques, professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da QUERCUS entre 1992 e 1995. O especialista defendeu que os economistas têm de olhar com especial atenção para o desafio que os problemas ambientais lhes colocam. Se não o fizerem é o próprio sistema capitalista que fica em causa.Soromenho Marques salientou que “já se falou aqui muito de dívida pública”, mas “muito mais importante que a dívida pública” é o mundo mais pobre que estamos a deixar às gerações vindouras. Defendeu que a crise ambiental é a maior de toda a humanidade, pois “tem uma dimensão planetária, tem uma dimensão de irreversibilidade e tem uma dimensão de aceleração cumulativa e no tempo”, disse acrescentando: “O mundo está a ficar mais pobre e as futuras gerações não nos vão perdoar”.O especialista citou uma declaração de 2002 de um responsável da petrolífera Exxon na Noruega: “o socialismo colapsou porque não permitiu que o mercado dissesse a verdade económica. O capitalismo poderá colapsar por não estar a permitir que o mercado traduza a verdade ecológica”, evidenciando os riscos que a crise ambiental comporta.E defendeu que "a economia deveria ser sempre a economia da natureza". Para melhor passar a mensagem, citou “um colega” dos presentes no Congresso, o economista Kenneth Boulding: “Quem quer que acredite que o crescimento exponencial pode continuar indefinidamente num mundo finito ou é um louco ou é um economista”.

2 comentários:

  1. Caro Zé David:
    Hoje, no Jornal de Notícias encontra-se uma notícia deveras alarmante sobre o ambiente, no que relativamente a Portugal diz respeito e que confirma na integra, a opinião do V. Soromenho Marques.
    Essa é a realidade com que nos deparamos na actualidade. De que nos serve termos economias e países absolutamente desenvolvidos, se num futuro relativamente próximo, os nossos descendentes não poderem viver nele. Respiram e bebem notas de papel, moedas, e balancetes contabilisticos?
    Chegou a altura dos políticos (não só nacionais mas também internacionalmente) pensarem muito seriamente nos problemas do ambiente, porque da saude ambiental do planeta, depende a sobrevivência da espécie humana e não só.

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  2. Quando pensamos em Ecologia, mudanças paradigmáticas radicais, ou em micro alterações quotidianas, assumimos momentos de reflexão. Contudo, todos temos parado poucas vezes ao longo do nosso caminho. Paramos, assustamo-nos. Ouvimos. Temos necessidade de retomar o passo com mais velocidade. Voltamos a parar e assustamo-nos. E assim têm sido as nossas vidas. É incrível como não nos desprendemos da banalidade e da boçalidade do momento e pensamos holisticamente..
    O que poderá acontecer no futuro é quando pararmos não será pela nossa iniciativa mas pela incapacidade de prosseguir.
    O capitalismo e não só, fez-nos melhores na nossa mediocridade, embora existam casos brilhantes de excepção.

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