sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Corte permanente nos Subsídios de Férias e de Natal: não, talvez, SIM!

As entrevistas recentes dos Ministros Vítor Gaspar e Miguel Relvas e as declarações do Primeiro Ministro fazem-me acreditar que o caminho está traçado e que será: eventual prolongamento do período de não pagamento dos subsídios se em 2012 houver renegociação com a "Troika", período de transição em que apenas será paga uma parte destes e na fase final, talvez lá para o próximo mandato em 2015 ou 2016, a incorporação parcial dos subsídios no vencimento mensal. Além de mais simples, teoricamente é relativamente indiferente o pagamento dos subsídios nos moldes habituais ou a sua diluição nos 12 meses trabalhados. Em termos estritamente financeiros, até seria mais benéfico para os trabalhadores e penalizador para as entidades patronais. Poderá ser apresentado como exemplo o Luxemburgo que tem um rendimento per capita fantástico e onde apenas são pagos 12 meses. Mas na prática não será assim e haverá uma perda permanente de rendimento. Na administração pública e reformados, porque o valor global da despesa não pode subir para os níveis pré-existentes (antes da redução de salários e corte dos subsídios) e porque se estenderá necessariamente à actividade privada. Além disso, com a elevadíssima taxa de desemprego (e que ainda continuará a subir), o normal funcionamento do mercado de trabalho levará a que os valores nominais das novas contratações sejam iguais ou até inferiores aos actuais e que não têm os subsídios incorporados. Não se vislumbra no horizonte de médio prazo a reposição do nível de vida que os portugueses tinham.

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