
António José Seguro defendeu hoje que o corte no subsídio de Natal deste ano era evitável se se recorresse à transferência dos fundos de pensões da Banca. Seria realmente bom que tal fosse evitável, mas nunca com esta proposta de solução. Seguro mostra não estar à altura de quem aspira ser Primeiro Ministro. Numa situação tão adversa, pretender manter a linha da cosmética contabilista como solução para um problema orçamental estrutural é uma total irresponsabilidade. Estas operações, deviam ser neutrais do ponto de vista do défice orçamental pois transferem em simultâneo com os activos, responsabilidades financeiras presentes e futuras. O continuado recurso a este tipo de expedientes e a desorçamentação p.e. com as obras públicas das parcerias público privadas, empresas públicas, institutos e fundações é que camuflaram a verdadeira dimensão de décadas de despesismo público e gestão danosa, que nos lançaram na actual situação financeira. Os políticos que tomaram essas decisões desastrosas (para não lhes chamar criminosas), é que são os verdadeiros culpados de todos estes sacrifícios, com aumento de impostos, cortes sem precedentes nas regalias sociais e nos direitos que julgávamos adquiridos. Seguro, devia colocar a tónica na equidade dos sacrifícios, mas nunca apresentar como solução, operações de pura cosmética do défice. Os sacrifícios são inevitáveis. Não deviam era recair sempre nos mesmos!