domingo, 6 de novembro de 2011

Seguro marca golo de grande penalidade!


António José Seguro defendeu de forma muito assertiva a partilha de sacrifícios entre função pública e privados. O Presidente da República já tinha dito o mesmo há semanas atrás. Na passada semana um magistrado considerou o corte dos subsídios à função pública um "confisco" e por isso ilegal, aconselhando os lesados a recorrerem aos tribunais. Compreendo as razões do Governo mas considero que foi uma decisão errada. Pretendeu-se criar a ideia de corte na despesa e não de aumento de impostos como acontece este ano com a tributação do subsídio de Natal. Formalmente é diferente, mas para os afectados, o efeito é similar, com a nefasta diferença que não há equidade na distribuição do esforço exigido. Também não entendo que se exija mais tempo de trabalho aos privados e não se faça o mesmo à função pública. Parece implícito que os funcionários públicos têm pouco que fazer e meia hora diária a mais, seria para continuarem a não fazer nada. Mas esta medida poderia p.e. acabar ou reduzir drasticamente o recurso ao trabalho extraordinário e contribuir para que vários serviços não tivessem os actuais atrasos melhorando a capacidade de resposta dos mesmos. Esta situação é tanto mais iníqua, quando a maioria dos privados tem horários, de 40h semanais e os públicos de 35h ou até bem menos em várias profissões. Enquanto se mantiverem diferenças ao nível dos horários de trabalho, do número de dias de férias, da idade de reforma, dos serviços de saúde, etç, etç, subsistirá o estigma que os funcionários públicos são uns privilegiados e continuarão a ser o bode expiatório duma desgovernação política de décadas. Em "futebolês" diria que o Governo fez uma falta dentro da grande área onde não há margem para erros e António José Seguro aproveitou para marcar um golo de grande penalidade!

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