sexta-feira, 30 de março de 2012

Brisa: os meandros sinuosos de uma OPA

Jose de Mello através da Tagus lançou uma oferta pública de compra das acções da Brisa ao preço de 2,66 por acção. A esse valor seria deduzido o que a Brisa vier a atribuir de dividendos cuja proposta aponta para 0,31 €, ou seja um valor líquido de 2,35€ por acção. Diz que não há espaço para rever a oferta. O MillenniumBCP que está envolvido na acção ainda ontem às 16h44 continuava a recomendar a compra de acções da Brisa com um preço alvo no final de 2012 de 3,15€. A Brisa está num processo litigioso com o Estado português reclamando avultadas indemnizações em várias concessões, sendo a mais problemática a do Douro Litoral. Na avaliação precedente, não estão contempladas a previsão do pagamento de quaisquer indemnizações do Estado à Brisa. O MillenniumBCP está agora impedido de emitir recomendações face ao seu envolvimento na operação o que fez público também ontem às 19h52 (o mesmo analista António Seladas). O mercado já deu resposta negativa a José de Mello. Hoje, durante toda a sessão, as acções da Brisa transaccionaram acima do valor da OPA. Se José de Mello as quiser comprar vai ter que rever a OPA e não creio que seja bem sucedida abaixo dos 3€ que aliás, já seria um preço excelente para José de Mello. As acções da Brisa tiveram perdas superiores a 60% em 2011 devido sobretudo aos problemas com a concessão da Douro Litoral. Mas para mim o mais relevante desta OPA, é que é um sinal de que o mercado accionista português está a bater no fundo e é a hora dos "tubarões" atacarem.

Sem comentários:

Enviar um comentário