quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Reflectindo Ambiental

A propósito das fotos que publiquei sobre o avanço do mar no Furadouro recebi um texto de Maria Conceição Reis sob o título "Reflectindo Ambiental". Pela sua oportunidade e importância e com a autorização da autora aqui o partilho.

“Embora o movimento ecologista seja impossível de categorizar na velha linguagem política, porque atrai o apoio de pessoas de todas as filiações políticas e nenhuma, grande parte dos que negam o aquecimento global vêm da direita do mercado livre. O meu palpite é que a geração que ainda não nasceu vai olhar com gratidão para os esforços dos activistas ambientais de hoje e, de uma maneira difusa, vê-los como membros da esquerda.”
Nick Cohen in O Que Resta da Esquerda?

Sabemos que mares e oceanos cobrem cerca de 70% da superfície da Terra e que produzem à volta de três quartos do oxigénio que se respira. Todavia, apenas um escasso 1% da água é directamente utilizada pelo homem. É ao ambiente que os seres vivos vão buscar os elementos necessários à sua sobrevivência. Temos a obrigação de os preservar e explorar de forma racional, caso contrário estamos a colocar em causa a continuação da espécie.
A zona costeira é um sistema natural, complexo e dinâmico devido às forças das correntes de água, de fluxos de sedimentos e frequentes tempestades. Acima de tudo, é muito vulnerável à utilização inadequada e/ou excessiva que o homem faz dela.
A nossa zona costeira, em particular, debate-se, actualmente, com gravíssimos problemas de habitat, resultado da construção e planeamento desordenados e/ou excessivos. E, para agravar a situação, padece, também da contaminação da água e dos solos causada pelas descargas agrícolas e industriais depositadas nos rios que correm naturalmente para o mar. Não nos podemos olvidar do terrível efeito que têm os aterros sanitários nesta contaminação. Na sua patética ignorância e ânsia de lucro vasto e fácil o homem tem construído desenfreadamente junto à linha de costa, provocando a erosão da mesma.
Obras de engenharia, como a construção dos portos de Leixões e de Aveiro, contribuíram para uma erosão mais acelerada da linha costeira adjacente. Esqueceu-se o primado do desenvolvimento sustentável, provocando prejuízos materiais irreversíveis e, consequente diminuição de opções.
A falta de visão e o desinteresse da classe dirigente na aquisição de novos conhecimentos para solucionar estas questões, têm objectado uma abordagem territorial integrada, na qual se incluem políticas piscatórias, de desenvolvimento regional, de coesão, de energia, de transportes e de ambiente. Em causa estão as necessidades, não só das gerações actuais, mas, também as das gerações vindouras. Ambas devem ser consideradas em simultâneo e em igualdade, assegurando que as decisões tomadas respeitem o equilíbrio do ecossistema.
Assim, urge envolver as forças vivas da comunidade, no sentido de equacionar e resolver os problemas. Esta é a Hora! Surge et Ambula!
MCCReis

1 comentário:

  1. Os problemas ambientais com que se debate o nosso Planeta são muito graves e serios e chegou a altura de serem analisados e resolvidos urgentemente.
    O Concelho de Ovar não foge à regra.
    Todos nós, independentemente da nossa ideologia politica, temos o dever de preservar o nosso planeta.

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