quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O que é que a privatização da EDP e o Marco Paulo têm em comum?


A privatização de 21,35% do capital da EDP está para ser decidida muito em breve. Das 4 propostas concorrentes, parecem destacar-se as chinesa e alemã, com os preços de 3,45€ e 3,25€ por acção, respectivamente. Ao preço mais favorável, a proposta chinesa acresce um conjunto de contrapartidas financeiras muito mais atractivas que a proposta da alemã Eon. Para se perceber melhor a importância das propostas, a cotação actual da EDP ronda os 2,40€, o preço base do caderno de encargos da privatização os 2,80€ e os target price da EDP a um ano, segundo um conjunto de analistas financeiros, é inferior ao preço mais baixo destas propostas! Estrategicamente, a administração da EDP pronunciou-se favoravelmente sobre ambas, para deixar as mãos livres ao Governo. Propostas e mulheres, têm eixos concêntricos (visão económica lírica e não machista)e daí a analogia que se segue. De um lado um linda proposta morena, com um dote de por os olhos em bico a qualquer um e do outro uma proposta robusta, aconchegante e lourinha com uma madrinha influente. O meu pai costumava dizer-me que as chinesas (asiáticas em geral) eram as mais belas mulheres, mas que as alemãs eram umas mulheraças. A administração da EDP, tal qual Marco Paulo, diz que tem dois amores. Diz-se também que os homens preferem as louras e consta que um batalhão de juristas, se esmera em pareceres sobre a superioridade dos predicados germânicos. Os jornalistas preparam-se para a contenda e os jornais têm as máquinas de impressão prontas. Até lá, fiquemos a trautear a emblemática canção do Marco Paulo: "eu tenho dois amores, que em nada são iguais e não tenho a certeza, de qual eu gosto mais"

2 comentários:

  1. Arguto do seu ponto de vista, como sempre, José David Almeida brinda-nos com uma rábula que, como soi dizer-se, se lê "com um sorriso na boca e um nó na garganta".
    O "nó" vem do facto de termos uma empresa nacional, com lucros anuais superiores a um milhão de Euros, da qual vamos abdicar. Em nome do défice e dos acordos com a Troika, que o mesmo é dizer, em nome daqueles que nos roubam e tornam a roubar. E aí, "com uma raiva a crescer-me nos dentes", deixo de trautear "eu tenho dois amores..." para cantar, a plenos pulmões, "eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada"!
    JOAQUIM MARGARIDO

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  2. Meu grande amigo, não pude deixar de dar uma gargalhada ao ler o teu bem humorado mas acutilante comentário! Um abraço

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